Primeiro me observo em três espelhos distintos, ponho um
belo vestido e enrosco as pernas de forma a mostrar a sapatilha, me admiro
atentamente no espelho e por fim compreendo o sentimento que ele sente por
mim vejo beleza e sensualidade que em mim se encontra. Não me vejo assim
todos os dias nem a todo o momento isso só acontece quando todos esses espelhos
me rodeiam e no mesmo momento que me sinto vazia, fria e sem gosto. Declino-me
fatalmente ao que me e óbvio: “isso não vai ser bom...” e mesmo sabendo do fato
rotineiro persisto na minha procura inútil por “algo” sem saber o que seria
esse “algo”. Lamento profundamente em saber que esse “algo” eu já tive e agora
que não o tenho sinto-me verdadeiramente vazia e com todos os motivos para não sentir.